domingo, 16 de maio de 2010

Loulé há uns anos atrás.

Um trabalho efectuado por JOAQUIM LEAL que não poderá deixar de ser visualizado.




Por: Paulo Marum

domingo, 9 de maio de 2010

Um monumento amputado.


Há uns tempos deambulando pela blogosfera deparei-me com uma opinião que aproveito como mote ao que aqui escreverei.

receosos dum reviralho....
Não foi com o meu voto, mas podia ter sido, só que não costumo alinhar em palhaçadas! Desta vez também não. Soube do resultado da votação na Quarteira onde fui passar uns dias e por acaso ao passar em Loulé, no sábado dia 24, junto ao monumento que Portugal ergueu a um dos seus filhos mais ilustres parei em homenegem ao Eng. Duarte Pacheco.
Já há muitos anos ali tinha passado e até fixado uma frase com que Salazar honrou um dos mais notáveis ministros do Estado Novo; ainda lá está, mas com o nome do seu autor apagado, assim: " UMA VIDA VELOZMENTE VIVIDA E INTEIRAMENTE CONSAGRADA AO PROGRESSO PATRIO = ............... ". Fiquei com pena porque é por estas e por outras semelhantes, como a da Ponte 25 de Abril, que chegado o momento dos verdadeiros Portugueses serem chamados a opinar deixam todos os oportunistas deste País de boca aberta e receosos dum reviralho...

Fonte aqui.

Diariamente tenho por "obrigação" canídea o hábito de frequentar a zona envolvente ao Monumento erigido a Duarte Pacheco, ilustre cidadão desta cidade e do Concelho.
Por vezes deparo-me com grupos excursionistas do Inatel guiados por jovens intérpretes que de uma forma sucinta tecem explicações sobre o significado daquela obra monumental.
Movido pela curiosidade e quando me é possivel, aproximo-me com a intenção de escutar a prelecção dos jovens guias turísticos e garanto que na maior parte das vezes a mesma enferma de erros crassos, desculpável certamente por deficiente informação que lhes é ministrada durante o seu percurso académico.
Escuto na maioria dos casos a explicação de que o monumento se encontra inacabado justificado pela "súbita fatalidade do desaparecimento permaturo do Engenheiro e Ministro das Obras Públicas enquanto decorria a sua construção".
Reparei também que um ou outro turista nacional quando movido pela curiosidade de saber algo mais e indaga o que se seguiria ao caractere matemático = (igual) no final do epitáfio que envolve o monumento, nunca obtém resposta.
Os guias sendo na sua maioria jovens desconhecem que ali estiveram afixadas sete letrinhas apenas que o pós 25 de Abril de 1974 se encarregou da "apagar".
Foi assim em Loulé, na Ponte sobre o rio Tejo em Lisboa e em qualquer lugarejo do País, excepção apenas na terra natal de quem governou Portugal durante 36 anos.
Há dias comemorou-se igual período após a efeméride que trouxe a Portugal a liberdade e o desenvolvimento, julgando portanto que será já tempo suficiente para que essa "ferida" se mostre definitivamente "sarada."
Um País não pode renegar a sua história, elevando os momentos que lhe interessa ao mesmo tempo que elimina ou adultera aqueles que lhe são mais incómodos.
A história de Portugal e nem é preciso ser-se um "expert", está carregada de erros, omissões e crimes não julgados e nem por isso os seus protagonistas deixaram de nela constar ou de ser elevados a topónimos neste país.
Ainda não há muito tempo por exemplo, percorrendo as calçadas de San Lucar del Guadiana, bem em frente a Alcoutim, fiquei deveras surpreendido pela forma como "nuestros hermanos" preservam a sua história, ainda para mais quando a democracia ali chegou bem mais tarde do que a nossa, conforme está patente nas fotografias que vos apresento.



Por tudo o que anteriormente escrevi mas plenamente consciente de correr o risco de vir a ser alvo do insulto ou apelidado de perigoso reaccionário, entendo de forma consciente por exclusivo respeito ao cidadão cujo monumento homenageia, que é chegado o momento de quem detém responsabilidades autárquicas que aproveitando as obras de requalificação em curso no Parque Municipal, se digne mandar repor tão simplesmente o monumento no seu estado original.


Se a ditadura é coisa do passado e não se perspectiva o seu regresso, o que há então a recear?


Texto de: Joaquim Leal
Obs: Em roda-pé encontram-se disponibilizados os resultados da consulta que por curto período se destinou a aferir das opiniões de quem visita ou participa neste blogue.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Uma homenagem que tarda.

Conheci o José Carlos Fernandes, já lá vão para cima de trinta anos.
Com ele frequentei o ciclo preparatório, ao tempo instalado em estruturas abarracadas localizadas junto ao Estádio Muncipal de Loulé, onde na actualidade se encontra edificado um aglomerado habitacional de cariz social.
Aluno de excelência já na altura e que se veio a evidenciar ainda mais durante o ensino secundário.
Grande amigo do meu primo David Madeira, conhecido Médico na especialidade da oftalmologia, ambos disputavam não apenas o saber e o conhecimento das matérias como também a arte do desenho.
Jamais esquecerei os rabiscos perfeitos que ambos deixavam nas suas sebentas ilustrando batalhas e combates alusivos à II Guerra Mundial que deliciavam leigos como eu e os restantes colegas que com eles partilhavam esse ócio.
O José Carlos, mesmo que licenciado na área da engenharia do Ambiente, jamais perdeu o gosto e se desligou da prática do desenho até que na actualidade se revelou uma figura consagrada e premiada ao nível nacional e internacional nas histórias aos quadradinhos.
Há muitos anos que não o encontro mas imagino que mantenha a mesma simplicidade a que nos habituou durante os tempos de juventude.
Remexendo o baú dos recortes que religiosamente vou guardando para memória futura, encontrei quase por acaso uma reportagem sobre ele publicada na edição da Revista "Sábado" de 29 de Junho de 2006 que disponibilizo para leitura de todos.
Desconheço se alguma vez terá sido objecto por parte da autarquia louletana de alguma homenagem ou condecoração mas se tal omissão se confirmar, julgo então que ainda se estará a tempo de se proceder a merecido reparo.
O José Carlos Fernandes faz parte de um restrito lote de ilustres que engrandecem o nome da cidade e do Concelho e por isso será sempre um justo merecedor da gratidão de todos nós.

(Clicar na imagem para uma leitura mais facilitada)


Texto de: Joaquim Leal