terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Presidente da C.C.D.R. Algarve debateu a economia regional no 2º Encontro de 2013 da Tertúlia dos 30. Realizou-se na passada sexta-feira, dia 15 de Fevereiro, no Restaurante O Apeadeiro, em Almancil, o 2º Encontro / Jantar de 2013 com a presença de 19 tertuliantes e do convidado, o Eng. David Santos, Presidente da C.C.D.R. Algarve, que apresentou uma comunicação sobre «Os Fundos Estruturais no Algarve em 2014-2020». O convidado da Tertúlia fez uma introdução pormenorizada à situação económica e social do Algarve, tendo começado por referir que na última década a região manteve a mais alta taxa de crescimento populacional do país, incluindo o concelho de Loulé, que aumentou a população residente à custa das freguesias litorais e urbanas. Porém, o facto de cerca de 220 mil pessoas serem proprietárias de uma segunda habitação na região e não contarem para o indicador de PIB per capita (produto interno bruto por habitante) torna-se prejudicial para o Algarve, que na análise da Comissão Europeia é considerada uma região rica e consequentemente com acesso a menos Fundos Comunitários. Outros dados apresentados referem-se ao endividamento das famílias, cada vez maior, e o desemprego, que tem subido numa escala preocupante, tendo, no ultimo trimestre de 2012, atingido os 16,9% no País, enquanto no Algarve e também na Madeira se situou nos 19,7 %. Ao nível do desemprego jovem os números são alarmantes pois estima-se na casa dos 51%. Em relação às principais actividades económicas regionais, o Engº David Santos informou que o foi no Algarve que se verificou o maior decréscimo do número de licenças de construção emitidas nos últimos dez anos e que a região tem perdido importância turística, em relação ao todo nacional, ao nível do número de dormidas na hotelaria. No que se refere aos Quadros Comunitários de Apoio, começou por invocar que desde a primeira intervenção de 1986-89 e até ao actual QREN, as principais preocupações e apostas do país e concretamente no Algarve centravam-se no saneamento, acessibilidades e outras infraestruturas básicas, com valores muito elevados de investimento nos primeiros quadros. No entanto, a situação inverteu-se, com a diminuição de disponibilidade de verbas para o Algarve, do QCA III (investimento FEDER de 625 milhões de euros) para o QREN 2007-2013 (apenas 175 milhões de euros), o que levou a autoridade de gestão a implementar a estratégia dos 4M: Mais (com menos), Melhor, Mais Depressa, Muito Diferente. No novo Quadro Comunitário 2014 - 2020, actualmente em negociação, a aposta é o investimento nas empresas (já reflectido no QREN), para criação de emprego e melhoria da competitividade através da inovação. Nas regiões mais desenvolvidas e de transição, como o Algarve, pelo menos cerca de 60% dos recursos FEDER devem ser concentrados na Investigação, Inovação, TIC e na competitividade das pequenas e médias empresas. Os «três pilares fundamentais» da estratégia para os próximos sete anos, são o crescimento inclusivo, sustentável e inteligente, devendo-se centrar a aposta nos recursos endógenos, com particular relevo para as áreas do Mar, da Terra e do Turismo. Em termos de balanço, o convidado referiu ainda que o Algarve fez um percurso próprio, com o fecho de ciclo de obras e infraestruturas mais rápido que noutras regiões, pois trata-se de uma região pequena onde é mais fácil planear, onde só existe uma Associação de Municípios que faz com que exista uma maior proximidade territorial. Como desafios futuros, salientou que nos próximos anos vai haver pouco ou quase nenhum dinheiro para obras publicas, estradas, etc, pois essa foi uma aposta do passado e a partir de agora tem que haver selectividade e critérios de mérito dos projectos públicos, sendo a maior preocupação com as pessoas. Seguiu-se o espaço de debate onde os tertuliantes foram bastante interventivos, colocando varias questões ao nosso convidado, que com bastante eficácia e pormenor foi sucinto nas respostas, ficando claramente a convicção que foi um convívio muito enriquecedor e que foi uma honra a sua presença no nosso meio. A Direcção da Tertúlia deixaria em destaque a exposição «Portugal 2020, Novo Ciclo de Apoio ao Crescimento Económico e ao Emprego, perspectivas para um novo QREN», produzida pelo IFDR em parceria com a Rede de Comunicação do QREN, que encontra-se patente ao público de 15 de Fevereiro a 29 de Março na sala de exposições da CCDR Algarve em Faro, bem como o Projecto «Algarve Acolhe» que é uma ferramenta Web de apoio aos investidores no processo de localização das suas actividades empresariais. A Direcção agradece mais uma vez a prestigiada presença do Eng. David Santos, bem como à Gerência e funcionários do Restaurante “O Apeadeiro”, o profissionalismo e simpatia que nos recebeu. A Direcção da Tertúlia